Jogadora de vôlei destacava a saúde mental nas redes sociais
O dia 21 de setembro de 2023 foi marcado por um acontecimento triste: a morte da jogadora de vôlei Walewska Oliveira, que por 30 anos dedicou a sua vida ao esporte. Acompanhamos o perfil do Instagram da atleta olímpica para conhecer mais a sua trajetória por meio das postagens nas redes sociais. O curioso é que são vários posts com foco na saúde mental, futuro e seu legado após se aposentar das quadras. Recentemente, contava com dois destaques para contar a sua trajetória esportiva: o livro “Outras Redes” e o documentário “O Último Ato”.
Futuro incerto e frio na barriga
Post de 25 de janeiro de 2023 de Walewska Oliveira, jogadora de vôlei deixa muita saudade:
Falar de futuro dá um frio na barriga, né? Principalmente porque pra chegar até ele é preciso passar por tantas variáveis, tantos acontecimentos e emoções que só de imaginar já bate aquela ansiedade.
Mas pensar que o futuro pode ser construído em parceria com outras tantas pessoas é algo que me anima, sabia? Acho que é porque eu acredito muito em trabalho de equipe.
Para construir meu futuro, eu contei com MUITO trabalho em equipe. Muitos incentivos, puxões de orelha, palavras amigas, apoio, parcerias…
E é assim que eu pretendo continuar trilhando o caminho do meu futuro e ajudando outras pessoas a construir seus próprios caminhos…
Saúde mental nas redes sociais e alta performance
Em 28 de julho, o foco foi a saúde mental na alta performance
Saúde mental está fincada em 3 tripés: o bem-estar físico, o bem-estar psicológico e o bem-estar emocional. Por isso, é importante cuidar do corpo, praticando atividade físico regularmente (qualquer atividade) mantendo bons hábitos de sono e não exagerando na comida, nas drogas, no álcool e no trabalho.
Tenham uma rotina saudável!
Problema real
A atleta norte-americana Simone Biles é considerada uma das melhores ginastas do mundo. Recentemente, os Estados Unidos presenciaram sua maior promessa de medalha de ouro se retirar da final individual geral dos Jogos Olímpicos de Tóquio para focar em sua saúde mental. Desde então, as redes sociais do mundo todo estão repletas de comentários, grande parte deles indo contra a decisão da ginasta, mas muitos parabenizando-a por sua atitude e coragem.
A competitividade e a força, tanto física quanto psicológica, fazem parte da cultura do esporte. É preciso ser forte para aguentar a pressão dos jogos, a cobrança dos treinadores, do público e a própria cobrança interna.
Há alguns meses, a estrela do tênis Naomi Osaka também deu um passo para trás ao se retirar do Aberto da França, citando a necessidade de priorizar sua saúde mental.
Essas atitudes são uma forma de todos nós nos sentirmos acolhidos e enxergarmos a necessidade urgente de colocar nossa saúde mental em primeiro lugar”.
A pergunta é:
O que está sendo feito para solucionarmos esse problema real?
Sorte treinável
Post “Para Construir”, de 16 de setembro:
TER SORTE É TREINÁVEL!
Nós podemos CONSTRUIR a nossa sorte, CONSTRUIR o nosso futuro, com muito esforço, dedicação, comprometimento e sonhos.
A partir de agora, me coloco à disposição de pessoas e projetos que queiram construir um mundo melhor, com mais educação, cultura, arte e ensino por meio do esporte.
Esse é o meu sonho!
Vida nova aos 43 anos
Com 43 anos, Walewska estava construindo uma nova vida fora das quadras.
Bonita, talentosa, com uma carreira repleta de vitórias, aproveitava também todo o potencial da internet para deixar a sua nova marca nas mídias sociais, sempre ressaltando a urgência de colocar a parte mental do atleta em primeiro lugar.
O tema saúde mental nas redes sociais também foi destaque da reportagem do Estado de Minas pela psicóloga Sheyla Gomes, que atua nas categorias de base do clube de futebol Fortaleza.
“A importância da saúde mental dos atletas está sendo muito abordada, até mesmo com manifestações públicas dos próprios atletas. Em tempos de redes sociais, percebemos que eles estão mais expostos a críticas e pressões, fazendo-se necessário um trabalho de autoconhecimento e fortalecimento mental para saber lidar com essas demandas e poder desempenhar um bom trabalho. O atleta necessita estar em equilíbrio técnico, físico, tático e mental para ter condições de desempenhar uma melhor performance no campo”, analisa.
Livro aborda aspectos psicológicos no esporte
Em 2006, há 17 anos, a psicóloga e ex-atleta da seleção brasileira Cristina Akiko Iizuka já ressaltava o tema saúde mental entre os atletas no livro “Tênis de Mesa – Teoria e Prática”, da Editora Phorte. Confira um trecho do livro:
Scalan e Passer (1978) sugerem que o esporte competitivo pode causar elevados níveis de ansiedade, influenciando negativamente no desempenho. Gilbert citado por Gould (1993), apontou que a causa de 80 a 90% das crianças, na faixa dos 15 anos, desistirem da prática esportiva organizada foi o burnout, que significa saturação por causa da excessiva carga de estresse por tempo prolongado. Davies e Armstrong (1989) apontam que existem casos de crianças que são condicionadas a se sentirem ansiosas em situações competitivas, o que gera grande sofrimento.
Portanto, é razoável considerar que os aspectos da ansiedade no esporte competitivo devem ser identificados para que se tenha uma melhor compreensão dos comportamentos envolvidos e que as devidas providências sejam tomadas para que o esporte competitivo seja menos prejudicial e ofereça mais benefícios às pessoas envolvidas
Viva a vida!
Como Walewska, muitas pessoas estão em suas batalhas diárias para uma vida feliz e com propósito.
A música de Felipe Duran é uma motivação para todos que precisam de uma dose de esperança e felicidade para viver a vida!
Procuro me sentir feliz,
Sabe porque?
Porque eu não espero
Nada de ninguém,
Expectativas sempre machucam…
A vida é curta, então ame a sua vida e seja feliz…
E mantenha sempre um sorriso no rosto
Aquele seu sorriso Viva a vida para você
Antes de falar, escute
Antes de escrever, pense
Antes de gastar, ganhe
Antes de orar, perdoe
Antes de magoar, sinta
Antes de odiar, ame
Antes de desistir, tente tente.
Antes de morrer, Viva viva vida!
Setembro Amarelo: Prevenção ao Suicídio
Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção do suicídio. A campanha teve início no Brasil em 2015 e visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento.
Selecionamos dicas importantes da cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM.
Fatores relacionados à vida de uma pessoa, que podem atuar como proteção para o suicídio.
– Ausência de doença mental;
– Autoestima elevada;
– Bom suporte familiar;
– Capacidade de adaptação positiva;
– Capacidade de resolução de problemas;
– Estar empregado;
– Laços sociais bem estabelecidos com amigos e familiares;
– Relação terapêutica positiva;
– Frequência a atividades religiosas;
– Ter sentido existencial;
– Senso de responsabilidade com a família.
Fatores que aumentam o risco de suicídio.
– Abuso sexual na infância;
– Alta recente de internação psiquiátrica;
– Doenças incapacitantes;
– Impulsividade/Agressividade;
– Isolamento social;
– Suicídio na família;
– Tentativa prévia;
– Doenças mentais.
De acordo com os dados da cartilha “Informando para prevenir”, publicada pela ABP e pelo CFM, 96,8% dos casos de suicídio registrados estão associados com histórico de doenças mentais, que podem ser tratadas.
A informação correta direcionada à população é muito importante para orientar e prevenir o suicídio.
O reconhecimento dos fatores de risco e dos fatores protetores é fundamental e pode ajudar. Se você acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental ou conhece alguém que está passando por alguma dificuldade, procure um psiquiatra ou psicólogo.
Outra entidade importante é o CVV – Centro de Valorização da Vida que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (ligue 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.
- “Afinal, quem sou eu?” Trajetória da atleta olímpica Walewska
- Confira uma seleção de livros sobre psicologia esportiva
- Matéria do Estado de Minas: “Cresce importância do psicólogo nos esportes de alto rendimento“
- Site Setembro Amarelo – campanha de prevenção ao suicídio
Desde 2011, a jornalista Kelly Nagaoka trabalha com estratégias, produção e gestão de conteúdo em mídias sociais. Nascida em São Paulo, mudou-se para Taubaté, em 2012. Com apoio do Sebrae, após 6 meses de moradia na cidade, ministrou sua primeira palestra sobre redes sociais. À frente da Nagaoka Mídias Sociais, já trabalhou em mais de 80 projetos de redes sociais, entre eles, Grupo Shibata, Postos Arco-Íris, Studio Mormaii Vila Mariana, Rose Akahori – Terapias Orientais, Oiwa Elevadores, WK Diagnose, entre outros. Em 2013, no Prêmio Lettering, com participação de algumas das melhores agências do Vale do Paraíba, ganhou o troféu na categoria site institucional, com o cliente Lineu Bravo Luthier. Foi professora de pós-graduação na disciplina Imagem e Reputação nas Mídias Sociais, na Universidade de Taubaté (Unitau). Antes de ingressar no mundo digital, foi editora-chefe de revistas femininas e repórter em jornais japoneses. Organizou os livros “Tênis de Mesa – Teoria e Prática” e “Em Sintonia com a Vida”. Ex-atleta da seleção brasileira de tênis de mesa, participou do Mundial adulto na Inglaterra (97), foi bicampeã sul-americana e do Aberto dos EUA. Aos 14 anos, fez estágios na Butterfly do Japão. Dois anos depois, morou 2 meses em Xangai, na China. Uma apaixonada por tênis de campo, desde 2014, organiza o Café com Tênis e Beach Tennis, encontro feminino voltado para tenistas de todas as idades e níveis, com 68 edições realizadas.